sábado, 27 de abril de 2013

Introdução à dieta páleo/primal - Mark Sisson - Aula 2


Introdução à dieta páleo/primal  - Mark Sisson - Aula No.2
Tradução: José Carlos Souto
Referências: http://lowcarb-paleo.blogspot.com.br

Para a aula de No.1, clique aqui

Como a agricultura arruinou a sua saúde (e o que fazer a respeito)

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Você está acima do peso. Me desculpa eu ser assim, direto, mas é provavelmente verdade: a maior parte dos adultos no mundo ocidental tem sobrepeso. Uma grande porção é obesa.

Metade de vocês está tomando ao menos um medicamento prescrito. Metade dos pessoas mais velhas estão tomando no mínimo 3. Talvez você não esteja usando nada, mas você conhece pessoas que estão.

Isso lhe soa normal? Quero dizer, doenças crônicas perpétuas e obesidade são realmente o estado normal da existência humana? Será que nosso projeto é tão inerentemente ruim que não podemos nos manter vivos sem comprimidos e médicos?

Não, absolutamente não. E, sabe, não foi sempre assim.

A primeira grande mudança ocorreu com a Revolução da Agricultura. Cerca de 10.000 anos atrás, quando ex-caçadores-coletores começaram a cultivar sementes de grãos em belas fileiras organizadas, algo aconteceu. A população explodiu, pois agora tínhamos uma fonte estável de calorias. Vilarejos e cidades surgiram, pois não precisávamos mais nos deslocar atrás de nossa comida. Podíamos simplesmente cultivá-la onde vivíamos.

Estas soam como coisas bem boas, a princípio. Mais comida e abrigo parece bom, certo?

Bem, algo mais aconteceu, também. Aqueles primeiros fazendeiros eram mais baixos do que os caçadores-coletores que eles substituíram. Eles não viviam tanto tempo, e possuíam cérebros menores. Eles tinham muito mais doenças infecciosas e mais cáries. Em suma, não eram tão saudáveis quanto os caçadores-coletores. Mesmos genes, mesma espécie (Homo sapiens), ambientes diferentes, saúde pior.

Mas espere! Gãos integrais são supostamente saudáveis. Todas as instituições governamentais recomendam que você torne os grãos integrais uma parte de sua dieta. Como poderia a agricultura de grãos ter causado todos estes problemas de saúde em nossos ancestrais?

A questão é que os grãos não se importam com você. Pense um pouco: um grão de trigo é uma planta bebê. Um "ovo de trigo", se você preferir. Para que o trigo possa propagar seus genes, seu grão tem que chegar ao solo, germinar, crescer e repetir o processo. Assim como uma galinha mantém seus ovos aquecidos e bem protegidos até que o pinto ecloda, o grão precisa ficar protegido de alguma maneira durante este processo, evitando que animais o comam.

Infelizmente (para o grão), ele não possui pernas, dentes, asas ou garras. Ele não pode lutar. Ele não pode fugir dos predadores. Ele parece completamente indefeso, ali, parado, em uma haste de trigo.


Mas o grão não é nem um pouco indefeso. Ele tem uma gama de defesas químicas, incluindo váriaslecitinasglúten, e ácido fítico, que perturbam a sua digestão, causam inflamação e evitam que você absorva nutrientes e minerais vitais.

Todos os grãos contém algum ou todos estes anti-nutrientes, em graus variados, de modo que quando nossos ancestrais começaram a fazer refeições regulares com eles, sua saúde passou a sofrer.

Ok - então temos o registro fóssil para provar que a agricultura de grãos trouxe doença e saúde ruim para as populações humanas, mas não sabemos se aqueles fazendeiros primitivos eram obesos. Eles provavelmente não eram. Mesmo se você olhar fotos de americanos das décadas de 1930 a 60, quase todos são magros. Por que isso?

Vamos adiante.

Isto nos trás à segunda mudança: o final dos anos 1970. Até então, a obesidade nos EUA permanecia relativamente constante em torno de 12% da população adulta. Não era ótimo, mas também não era ruim para uma sociedade rica e com amplo acesso à comida.

Nos anos 1980, as coisas mudaram. As taxas de obesidade começaram uma subida contínua e constante até os dias de hoje, quando 30% da população adulta é obesa e 70% tem sobrepeso/obesidade. 1 em cada 3 americanos adultos é obeso. Mais do que 2 em cada 3 têm sobrepeso. Isto lhe parece normal?

O que diabos mudou?


febre da dieta sem gordura ("low-fat") começou. Foi dito às pessoas que a gordura e colesterol as estavam matando (baseado em péssima ciência, sobre a qual falaremos em uma aula futura) e as estava engordando.

Assim, para evitar toda essa gordura, as pessoas começaram a comer mais grãos, carboidratos ("carbs") e outros alimentos processados low-fat.

Outra coisa a respeito de grãos (e carbs em geral) é que ele aumentam os níveis de insulina no sangue. Insulina é necessária para transportar os nutrientes, como carbs e proteínas (nota do tradutor: e também gorduras), para o interior das células. Você come carbs, e a insulina lida com eles. Mas se você come muitos carbs - como, digamos, é o caso de uma pessoa a quem foi dito que jamais deveria comer gordura, e que deveria comer todos estes produtos low fat, com açúcar e grãos processados - sem exercitar-se em níveis insanos, seu corpo bombeia muita insulina e você se torna resistente à insulina.

Quando você fica resistente à insulina, qualquer quantidade de carboidratos não será tolerada. Irá se transformar em gordura corporal, e quanto mais gordura você tem no corpo, mais resistente à insulina você fica. Quanto mais resistente à insulina você for, menos nutrientes estão sendo transportados para o interior de suas células, significando que você continua com fome embora você esteja comendo, então você come ainda mais carbs que você não consegue tolerar. Você vê, é um ciclo vicioso, e isso nos levou à este caos em que nos encontramos.

Para piorar ainda mais as coisas, muitos dos carbs que consumimos atualmente vem do açúcar, ou de sua alternativa mais barata, o xarope de  milho de alta frutose. Ambos contém grande quantidade de frutose, a qual é transformada pelo fígado em glicogênio, um tipo de estoque de carbs, até que as reservas de glicogênio estejam completamente cheias. Tais reservas enchem rapidamente, e uma vez que a maioria das pessoas não está usando nenhum glicogênio (meio difícil usar o glicogênio quando você trabalha em um escritório e passa o dia no engarrafamento), esta frutose se transforma em gordura no fígado.

Juntas, uma dieta cheia de açúcar, grãos refinados e pobre em gordura produziu a população obesa e e doente que vemos hoje. Esta é a notícia ruim. A boa notícia é que resolver o problema - pelo menos no nível individual - é fácil.

Tudo que você precisa fazer é seguir a lei No.9 do Primal Blueprint: "Evite coisas venenosas". As toxinas que os grãos empregam para se defender? Estas são coisas venenosas que você deve parar de comer.

Então, livre-se dos grãos. Eis como fazer isso. Desista do pão. Reduza seu consumo geral de carboidratos (veja a curva de carboidratos do Primal Blueprint). Mesmo que você não esteja acima do peso, eu garanto que você se sentirá muito melhor sem este veneno em sua vida.

Fique ligado para a aula de número 3.

domingo, 21 de abril de 2013

Mitos sobre exercícios físicos

Olá caros leitores. Hoje vou escrever um pouco sobre exercícios físicos e alguns mitos e já começo detonando um deles:

Emagrecer = Exercícios, exercícios e exercícios - MITO

Calma, já explico. O Sucesso do emagrecimento com qualidade e uma boa saúde é cerca de 80% uma boa alimentação e 20% exercícios físicos. Não caia na mesma armadilha que caí diversas vezes. Sempre que colocava na cabeça que iria perder peso e iria levar a sério, a primeira coisa que eu fazia era entrar numa academia. Não que seja errado, mas o problema é que no meu caso, eu acreditava que esta atitude, seria 100% da minha solução, quando na verdade eram somente 20%.

Vejam uma exemplo prático:

Eu vou na academia, me mato corrento cerca de uma hora na esteira. Logo, meu gasto calórico foi de cerca de 300 Kcal. Se eu ao invés de ter ido na academia, tivesse ficado em casa vendo vídeos do youtube, teria gasto cerca de 90 Kcal ( Isso é chamado de gasto calórico Bassal, é o que teu corpo gasta por simplesmente existir, e depende do seu sexo, altura e peso).

Concluindo, correndo na esteira tive um gasto calórico real de 210 Kcal (300 - 90).

Então, eu cansado e morto de fome, chego em casa e como duas bananas ( 105 Kcal cada, aproximadamente). Então foi por água abaixo minha maratona do dia.

Se matar na academia não vai salvar sua jornada ao emagrecimento se você não focar no principal fator a alimentação.

Meus treinos na academia, ultimamente estão focados para a manutenção e um leve aumento da minha massa muscular ( massa magra ). E para isso não é necessário uma maratona diária.

No meu caso, só como exemplo, faço 3 treinos por semana. Em cada treino, exercito dois conjuntos musculares em cerca de 20 minutos, e faço 15 minutos de exercício intenso intervalado, HIIT.

Só para resumir, HIIT, ou Treino intervalado de alta intensidade, substitui aquela 1 hora perdida na esteira com apenas 15 minutos. No meu caso, faço um aquecimento na esteira de 5 minutos, logo após, aumento a velocidade para o meu 100% (Seria uma intensidade tamanha para que no final de 1 minuto não aguente mais) seguida de 2 minutos de baixa intensidade ( caminhando na esteira).

Mais uma vez:

5 minutos aquecimento + 1 minutos correndo + 2 minutos caminhando + 1 minutos correndo + 2 minutos caminhando + 1 minutos correndo + 3 minutos caminhando = 15 minutos totais

Futuramente farei um posto tratando um pouco mais sobre o HIIT , seus benefícios e estudos recentes.

Finalizando

Mantenha seu foco em uma alimentação saudável e utilize seu tempo na academia para a manutenção de sua musculatura.

Leia posts anteriores para mais informação sobre a alimentação no estilo Paleo:






segunda-feira, 15 de abril de 2013

Introdução à dieta paleolítica - Mark Sisson

Boa noite a todos, trago hoje a tradução da aula introdutória escrita por Mark Sisson é um dos pioneiros do estilo "primal / páleo". Seu blog, Mark's Daily Apple, é referência obrigatória nesta área. Cadastrando seu e-mail você passa a receber  postagens e também  7 "Lições" sobre páleo, um email por dia.

A tradução é feita pelo Dr. José Carlos Souto do blog http://lowcarb-paleo.blogspot.com.br que também é um entusiasta deste estilo.

Aula No.1 - Primal Blueprint - Mark Sisson
Tradução: José Carlos Souto

lionVou lhe fazer uma pergunta, e eu quero sua resposta instintiva. Responda rápido!

Com o que você alimenta um leão?

Carne.

Carne é obviamente a resposta certa. Você alimenta um leão com carne crua. Creio que até o vegetariano mais ardente admitiria que um leão deve comer carne.

Mas por que eles "deveriam" comer carne? Como nós determinamos o quê um ser vivo deveria comer?

Obviamente, leões são predadores. Eles caçam e comem animais quando na vida selvagem. Mas não é só isso.

Leões caçam e comem animais, e eles e seus ancestrais felinos têm feito isso por centenas de milhares de anos, até mesmo milhões de anos. ESTA É A CHAVE.

Caçar, matar e comer carne crua moldou a evolução dos leões por muitos milhões de anos. A constituição genética do leão foi esculpida comendo carne. Seus dentes e garras são feitos para matar, seu trato digestivo é feito para processar proteínas e gordura. Você poderia mesmo dizer que os genes de um leão esperam por uma dieta de carne crua como a de seus ancestrais, e funcionam melhor com ela. Ao contrário, uma dieta que divirja dramaticamente da dieta ancestral será provavelmente prejudicial, com o grau de dano sendo proporcional ao grau de divergência. Uma dieta vegetariana deixará seu leão doente, fraco, e provavelmente gordo; uma dieta vegana provavelmente o mataria.

Ninguém argumentaria contra alimentar leões com carne crua, e qualquer um que entenda a Seleção Natural (e, como alguém que assina esta newsletter, tenho certeza que você entende) concordaria que leões funcionam melhor com uma dieta de carne crua pois evoluíram com uma dieta de carne crua.

Isto funciona com outros animais, também. Vacas comem grama, não carne. Gatos, estes pequenos leões domésticos, comem carne, não grãos e vegetais.

E humanos? Humanos comem nuggets, refrigerante, e pão branco. Espere! (som de disco arranhando). Isto não está certo.
Humanos são animais também. Podemos ser relativamente novos neste planeta, mas já estamos aqui há uns bons 200.000 anos, e nossos ancestrais há milhões de anos. E, por uns bons 190.000 destes anos, éramos caçadores-coletores, vivendo da terra; caçadores de grandes animais que se fartavam dos mesmos e de plantas.

Então, desenvolvemos agricultura, e pelos próximos 9.900 anos, grãos dominaram a dieta humana.

100 anos atrás, os alimentos foram industrializados, dando-nos o óleo vegetal, gorduras trans, farinha branca e açúcar baratos.

Bem, podemos não saber exatamente o que nossos ancestrais paleolíticos comiam no seu dia a dia. Não temos seus menus ou diários nutricionais. Mas com certeza sabemos o que ele não comiam.

Nossos ancestrais não comiam grãos, legumes (vegetais que crescem em vagens), açúcar refinado e óleos vegetais processados.

O problema com as pessoas é que nós somos espertos o suficiente para explorar cada coisa oferecida pelo mundo natural. Nós não nos atemos a uma única fonte de alimentos, como o leão e sua carne ou as vacas e sua grama. Nós diversificamos. Nós pegamos vegetação comestível, nós caçamos animais grande e pequenos, nós comemos peixes, nós desenterramos raízes comestíveis, e nós catamos frutas vermelhas em arbustos. A grande variedade disponível torna difícil determinar uma dieta evolutiva específica para os humanos... Mas isto não nos impede de saber o que NÃO estava disponível.

Eis o que sabemos:

Grãos, feijões e legumes não eram disponíveis até o desenvolvimento da agricultura cerca de 10 mil anos atrás. O registro fóssil sugere que a saúde humana sofreu um baque com o advento da agricultura, tanto quanto pode-se deduzir do estudo dos ossos. Os agriculturalistas eram mais baixos, tinham mais cáries, cérebros menores e ossos mais frágeis que os caçadores-coletores. E a expectativa de vida também caiu.

Xarope de milho com alta frutose e óleos vegetais só foram disponibilizados nos últimos 100 anos - o xarope de milho há apenas 30 e poucos anos. Hoje, as pessoas são mais gordas, mais diabéticas e têm mais câncer e doença cardíaca do que as pessoas que viviam 100 anos atrás, mesmo quando você leva em conta as diferenças de expectativa de vida. A maioria, se não todas essas doenças, são diretamente atribuíveis ao nosso estilo de vida e dieta modernas.

Se você aceita que a biologia dos animais, como os leões, funciona melhor sob suas dietas ancestrais e evolutivas, o mesmo 
não seria provavelmente verdadeiro para os humanos?

Não deveríamos olhar com mais cuidado, de forma um pouco mais cética, para as comidas que passaram a estar disponíveis para os seres humanos apenas nos últimos 10.000, 1000 e 100 anos? E, quem sabe, as carnes, peixes, aves, nozes e sementes, frutas, raízes e tubérculos que estavam disponíveis para os caçadores-coletores por milhões de anos possam, em verdade, ser bons para nós?

Isto é o que eu chamo de “lógica de Grok”.

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Grok - meu nome jocoso para nosso ancestral caçador-coletor arquetípico - Grok somos nós.

Nós somos Grok. Bem, ao menos nossos corpos querem ser. Nosso genes certamente “pensam” que nós ainda estamos caçando e coletando, pois eles pouco mudaram nos últimos 10.000 anos. Nossos genes esperam por certas coisas, certos alimentos, certos níveis de atividade, certas quantidades de sono. Eles funcionam melhor quando expostos a condições iguais ou similares àquelas sob as quais evoluíram.

E há uma coisa importante sobre os genes. Eles podem ser ligados ou desligados, ou, mais tecnicamente falando, eles podem ser “expressados”. Só por que você tem um gene, digamos, para câncer de mama ou diabetes tipo 2, não significa que você esteja destinado a desenvolver câncer de mama ou diabetes tipo 2. Simplesmente significa que, na dependência de algum estímulo em seu ambiente, este gene irá ativar-se (ou desativar-se) e você terá uma chance maior (ou menor) de desenvolver a doença.

A isto se chama expressão genética

As coisas que comemos, a quantidade de sono que temos, nossos níveis de stress, o quanto nos exercitamos, se nos expomos ou não à luz solar - todos estes fatores ambientais podem estimular a expressão genética - para melhor ou pior. E, porquanto quase qualquer coisa que façamos possa estimular a expressão dos genes, a lista de coisas a que realmente devemos prestar atenção é bem curta. De fato, ela pode ser resumida a 10 leis simples (leia mais sobre as 10 leis - 10 primal blueprint laws - aqui)

É por isso que eu gosto da lógica de Grok como ponto inicial quando penso sobre a saúde humana. Ela resume-se a uma observação bem simples. Quando os humanos começaram a divergir do estilo de vida de seus ancestrais caçadores-coletores, sua saúde sofreu. Quando os alimentos industrialmente processados passaram a substituir nossa comida natural, a saúde sofreu mais ainda.

Hoje, as pessoas obtém a maior parte de suas calorias de grãos refinados, açúcar, e óleos vegetais. Elas sujeitam-se a estresse crônico, levam vidas sedentárias, trabalham em empregos que odeiam, e vivem em ambientes fechados. Hoje, as pessoas têm mais diabetes, doença cardíaca, câncer e obesidade do que nunca antes.

Correlação? Com certeza.
Coincidência? Duvido.
Causalidade? Creio que vale a pena investigar esta possibilidade.

Em lições futuras, começaremos esta investigação. Investigaremos as muitas formas em que o estilo de vida moderno diverge de nosso passado evolutivo, e como nossa saúde sofre em função disso. Tudo, desde a comida que consumimos, os calçados que usamos, o protetor solar passamos, as cadeiras nas quais sentamos, os exercícios que fazemos (ou não fazemos) - tudo faz parte.

Creio que você aprenderá muito sobre como recuperar a sua saúde - e a dos seus - seguindo sua Planta Baixa Primitiva e estimulando positivamente a expressão genética, e penso que você irá adorar aquilo que aprender.

Fique ligado para a lição No. 2.

Mark Sisson

quinta-feira, 11 de abril de 2013

PALEO, um Novo Estilo de Vida

Caros amigos.

Sou obeso. Estou acima do meu peso ideal. A algum tempo atrás, por volta de uns 5 meses mais ou menos, conheci este novo conceito. Muitas pessoas chamam de dieta paleolítica, ou somente dieta paleo. Eu, particularmente não chamo de dieta, e sim de estilo de vida, pois eu acredito que estes hábitos devem ser seguidos para sempre.

Hoje, ainda estou acima do peso ideal para mim, mas o meu peso está a cada semana diminuindo mais. Estou sentindo menos fome, mais saciado, mais disposto, mais feliz e muitos outros benefícios.


Mas o que é o "Estilo Paleo de Vida"?

Muitas pessoas que me conhecem pessoalmente, têm se espantado com minha nova fisionomia cada vez mais esguia ( mas ainda longe do meu objetivo ). Quando explico o estilo paleo, ficam incrédulos. Este foi um dos motivos pelo qual criei este blog. Toda esta mudança na minha vida, pra melhor, foi graças a pessoas que também encontraram este estilo e o estão difundindo estas verdades, com fundamentos científicos e comprovados. Agradeço a todas as minhas fontes de inspiração e com o tempo vou dando o devido crédito em cada publicação.

Nestes últimos 5 meses vi na balança meu peso diminuir 20Kg. Tenho mais 25Kg pela frente. E posso dizer com segurança que é possível SIM.

Passei 9 anos da minha vida engordando a cada ano. Tentei todas as dietas imagináveis e inimagináveis. Tomei até azeite (óleo de soja) e copos de água com colheradas de açúcar, isso na tal dieta xamgrilá.

Vocês devem estar se perguntando: Tá Gabriel mas o que você está fazendo então?
E vou responder. Mas é muita informação. Sei que deve ter muitas pessoas na mesma situação que eu estava. Por isso vou dar alguns passos iniciais pra começar já a por em prática!


Primeiro, Seu Objetivo! Tome a decisão Hoje!

O que você quer? Onde quer chegar?
Imagine-se atingindo seu objetivo. Como vai se sentir? Feliz consigo mesmo(a)?
Imagine-se magro(a), em forma, usando aquelas roupas que você não se sente bem usando hoje.
Imagine-se recebendo elogios. Mentalize isto.
É aí que você quer chegar, e você vai chegar!
Muitos já conseguiram.
Esta fase de tomar a decisão é muito importante e eu passei por ela também.No momento que você toma esta decisão e esta decisão vem de dentro pra fora, você toma atitudes imediatas. Eu por exemplo, no mesmo dia liguei para uma academia e cortei o açúcar do cafezinho ;p
Você começa a enxergar oportunidades em tudo que olha. Isso por que você definiu um objetivo e tomou a sua decisão.

Segundo, Mudando alguns hábitos.

Para resumir um pouco esta postagem, que já está ficando longa, vou deixar umas dicas básicas, as quais eu sigo todos os dias.



Como devo comer? Comida de verdade.

Fonte: Lowcarb-Paleo Dr. Carlos Souto. http://lowcarb-paleo.blogspot.com.br/
Se eu tivesse que reduzir ao mínimo o conceito da dieta paleolítica low carb, o conceito todo poderia ser condensado nos seguintes 3 pontos:

1) Evitar açúcar
2) Evitar grãos (e abolir o trigo e seus derivados)
3) Consumir comida de verdade (definiremos melhor este conceito, abaixo)

O que se segue é uma adaptação do excelente blog de Andreas Eenfeldt.

   O básico.



  • Comacarne, peixes, ovos, vegetais que cresçam acima do solo e gorduras naturais (como coco, azeite de oliva, manteiga).
  • Evite: açúcar e alimentos com amido (como pão, massas, arroz e batatas). Evite especialmente os derivados de trigo (escreverei o motivo no próximo post)
Coma quando estiver com fome, e até que esteja satisfeito. Não conte calorias, pelo mesmo motivo que você não conta quantas vezes respira por minuto - contar calorias é um conceito bizarro e ineficaz. E esqueça os produtos industrializados "low fat" - procure sempre comida de verdade.


   Coma o quanto quiser dos seguintes alimentos (menos o milho da foto!)


  • Carnes: Qualquer tipo de carne. Carne de gado, porco, aves, carne de caça. A gordura da carne não é problema, assim como a pele do frango (clique aqui para ficar tranquilo em relação à gordura). Idealmente, os animais devem ter comido grama e não ração à base de grãos.
  • Peixes e frutos do mar: Todos os tipos. Peixes gordurosos como salmão, cavala ou arenque são ricos em omega-3. Não coma à milanesa, por causa do trigo.
  • Ovos: Em todas as suas formas: fervidos, mexidos, omeletes. Um dos alimentos mais saudáveis e completos. Contém literalmente TODOS os nutrientes necessários para produzir uma ave viva! Se você não consome açúcar e grãos, seu colesterol não subirá (leia o resto do blog).
  • Gordura natural: Manteiga, a gordura dos alimentos, azeite de oliva, maionese de azeite de oliva, óleo de coco. São saborosos e saciantes. Óleos de sementes não são naturais (soja, milho, etc). Muito menos margarina, gordura vegetal hidrogenada, etc.
  • Vegetais (saladas):   Alface,  tomate  couve-flor, brócolis, couve, couve de bruxelas, aspargos, abobrinha, berinjela, azeitonas, espinafre, cogumelos, pepino, cebola, pimentão, e muito mais. E você pode incrementar com maionese, queijo, ovos picados, bacon, manteiga, etc. 
  • Laticínios: a dieta paleolítica não contém laticínios. O leite puro é mal tolerado por muitas pessoas. A lactose é um tipo de açúcar que, embora não seja doce, eleva a insulina e sabota a dieta. Assim, deve   ser evitado. Os produtos fermentados (queijo, iogurte natural com gordura, coalhada, manteiga) e os ricos em gordura (preferencialmente com mais de 40% de gordura, como a nata e a manteiga) podem ser consumidos por aqueles que não apresentam intolerância aos mesmos. 
  • Nozes: excelente substituto para salgadinhos e pipoca. Inclui noz pecan, castanha do pará, castanha de cajú, pistache. Contém algum carboidrato, de modo que é bom evitar o excesso. Prefira as nozes in natura. Evidentemente não estão incluídas nozes com revestimentos açucarados.
  • Frutas vermelhas: Pobres em açúcar, podem ser consumidas com moderação. Ficam ótimas com nata.


         Não Coma:
    • Açúcar: sem exceções. Refrigerante normal, doces, sucos de fruta, bebidas "energéticas" ou para esportes, chocolates, bolos e tortas, sorvetes, cereais matinais.
    • Amidotodos os derivados do trigo (pães, massas, não importa se for integral ou não, se for preto ou branco, se for de centeio ou de 7 grãos, simplesmente não coma), inclusive produtos em que o trigo não é evidente (camarão à milaneza tem farinha de trigo, molho branco também). Arroz, batatas, mingaus, aveia, granolas também são amido. Pão de queijo tem polvilho - amido. Antes que você pergunte, os vegetais (saladas) contém muito mais fibras e nutrientes do que os grãos.
    • Margarina: o oposto de comida de verdade. Imitação industrial de manteiga, associada a várias doenças e com gosto ruim. 
    • Cerveja: é pão líquido. Cheio de maltose, um açúcar não doce, que eleva a insulina e acumula gordura na barriga.
         Com Moderação
    • Frutas: As frutas silvestres, que nossos antepassados paleolíticos consumiam, eram pobres em açúcar. As frutas modernas, cultivadas, foram selecionadas por milhares de anos de agricultura e contém muito mais açúcar e frutose do que as originais. Mais ou menos como comparar um poodle e um lobo. Assim, se você é diabético ou tem dificuldade para perder peso, evite o excesso de frutas, especialmente as muito doces. As frutas vermelhas contém muito pouco açúcar e podem ser consumidas com mais liberalidade. O coco e o abacate quase não contém açúcar.
    • Álcool: Não eleva a insulina, portanto não engorda, mas dificulta a perda de peso se consumido em excesso. Dito isso, o consumo moderado de bebidas alcoólicas sem açúcar (vinho ou espumante seco, por exemplo) pode ser feito de forma eventual.

         Considerações sobre "comida de verdade"

    • Veja as fotos acima. Estas fotos ilustram o conceito de "comida de verdade" ("real food"). Se eu perguntar como se faz um bife com ovo, a reposta é "faça um bife e um ovo na chapa e junte os dois". Mas se eu perguntar como se faz Sucrilhos, ou um salgadinho Cheetos? Tenho até medo de saber a resposta. É preciso uma fábrica, processos industriais, corantes, conservantes, enfim, não é comida de verdade. Se você espremer uma azeitona, você produzirá azeite de oliva extra-virgem. Mas você precisa de uma planta industrial para produzir e destilar óleo de soja, algodão ou milho. Se você deixar o leite talhar, você terá um iogurte. Mas a maioria do que se vende como iogurte no supermercado é na verdade uma "bebida láctea" na qual a gordura foi removida e, para que não fique sem gosto, a "coisa" é engrossada com "goma xantana", lecitina de soja, leite em pó, estabilizantes, corantes, aromatizantes e finalmente recebe um rótulo com a foto de uma fruta. Como regra geral, comida de verdade é um produto que deve ser consumido fresco, se não estraga. Desconfie de todos os alimentos processados que venham dentro de uma embalagem, com rótulo e ingredientes impronunciáveis.

    Fonte: Lowcarb-Paleo Dr. Carlos Souto. http://lowcarb-paleo.blogspot.com.br/